Autores:
PINHEIRO, Regina Dal Castel; DURAND, Camila Nunes; PHILIPPI, Giovanna
Introdução: A concretização da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) no Estado de Santa Catarina (SC) se deu partir da habilitação do Centro de Referência Estadual de Saúde do Trabalhador (CEREST) no ano de 2002, ficando assim atribuído a este órgão o planejamento e execução das ações desta área no Estado. Dentre as diversas atribuições do CEREST estão a Vigilância a Saúde dos Trabalhadores e a qualificação e a formação da rede básica. Está instalada no Estado uma fábrica que utilizava amianto como matéria prima no seu processo produtivo, bem como o Banco de Dados do Sistema de Informação de Mortalidade de Santa Catarina, no período de 1998 a 2017, possuir registro de 59 casos de óbitos por mesotelioma, o CEREST SC formou um Grupo de Trabalho a partir do ano de 2014 para planejar e executar as ações relativas à temática do amianto de forma organizada. Este grupo é formado por técnicos que representam os seis CERESTs Regionais habilitados em Santa Catarina, são eles Blumenau, Lages, Joinville, Criciúma, Chapecó, Florianópolis.
Objetivos: Realização de Reuniões Públicas com os estabelecimentos que comercializam materiais contendo amianto ou ações diretas de vigilância nestes estabelecimentos para cobrança das disposições legais; Realização de Inspeções na Indústria do amianto em SC (ação conjunta Ministério Público do Trabalho, CEREST SC, CEREST Regional de Criciúma); Obtenção dos dados de todos trabalhadores desde a abertura da Indústria do amianto em SC; Realização de Inspeções em estabelecimentos que revendem materiais contendo amianto; Criação de um banco de dados para armazenar os dados dos trabalhadores expostos ao amianto em SC;
Método: Realização de reuniões mensais do Grupo de Trabalho para planejamento e retorno das ações realizadas no Estado.
Resultados: Foram realizadas cinco Reuniões Públicas com os estabelecimentos que comercializavam materiais contendo amianto nos municípios de Criciúma, Florianópolis, Chapecó, Blumenau e Lages com objetivo de esclarecer as ações que seriam efetivadas pelos CERESTs bem como a legislação vigente a respeito da exposição ao amianto. Esta ação resultou no comprometimento dos estabelecimentos que comercializam artefatos que contêm amianto em providenciar todos os exames periódicos necessários e medidas de proteção coletiva e individual a seus trabalhadores ou mesmo a não mais comercializarem materiais contendo amianto. Foi criado o banco de dados para armazenar os dados dos trabalhadores expostos da indústria e comércio, hoje possuímos 611 empresas cadastradas que comercializavam materiais contendo amianto e 6506 trabalhadores cadastrados. Realizamos ações diretas de vigilância nos estabelecimentos dos municípios de Joinville, Blumenau, Criciúma para cobrança das disposições legais. Em outubro de 2015 a Indústria de SC excluiu definitivamente o amianto de seu processo produtivo, tornando-se a primeira empresa com capital 100% brasileiro a fabricar produtos de fibrocimento exclusivamente SEM AMIANTO. Foi aprovada por unanimidade na sessão plenária de 14/12/2016 na ALESC a Lei Estadual nº. 17.076 de 12/01/2017 que proíbe o amianto em SC. Em janeiro de 2017 conseguimos acrescentar na pactuação da Vigilância Sanitária uma ação específica a respeito desta temática: Cadastrar e inspecionar COMÉRCIOS que comercializavam (até 2016) produtos contendo amianto, na sua área de abrangência (CEREST). Ação esta sendo cumprida pelos municípios sede de CERESTs Regionais em SC. Em outubro e novembro de 2017 foram realizadas ações de fiscalização nas lojas de materiais de construção dos municípios de Garuva, Itapoá, Passo de Torres e Balneário Gaivotas por estarem localizados nas fronteiras do nosso Estado a fim de verificar o cumprimento da Lei Estadual nº. 17.076. Cabe salientar que para todas as 21 lojas fiscalizadas foram lavrados autos de intimação e infração sanitária. Nesta ação foram interditadas 3.234 telhas/cumeeiras. Todos os processos administrativos foram realizados e estão tramitando na Diretoria de Vigilância Sanitária. Também foram infracionadas e intimadas duas indústrias de outros Estados por comercializarem telhas contendo amianto em Santa Catarina após a publicação da Lei nº 17.076.
Conclusão: A repercussão do trabalho articulado e planejado por diversos atores interinstitucionais demonstra a efetividade das ações. Conseguimos aprovar a Lei Estadual que proíbe o amianto no Estado a indústria modificou o processo produtivo e hoje temos dados de trabalhadores que foram expostos ao amianto tanto na indústria como no comércio. Com estes dados poderemos estabelecer futuras ações estratégicas relacionadas à saúde dos trabalhadores expostos. Este modelo de trabalho articulado aponta para viabilidade de se estender para outros ramos produtivos. Acredita-se que tal experiência também possa servir de exemplo a outros estados que buscam melhorar a condição de saúde de seus trabalhadores e de toda a sua população.
Autor:
Marcos Hister Pereira Gomes
Objetivo: Afim de cumprir a atribuição sanitária de proteção à saúde pública e meio ambiente saudável o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador Regional de Piracicaba realiza desde 2009 ações para o banimento do amianto em estabelecimentos que comercializam materiais de construção e madeiras.
Metodologia: O CEREST Piracicaba iniciou, em 2009, ações programadas de fiscalização em estabelecimentos que comercializam materiais de construção e madeiras e que possam conter amianto em sua composição. Estes profissionais usam o aporte da Legislação Estadual de proibição de fabricação e comercialização de qualquer produto que contenha amianto. Nas fiscalizações os profissionais utilizam recursos fotográficos e autos de imposição de penalidades, interdição e recolhimento dos materiais.
Resultados: Em 2009 foram fiscalizados 3 (três) locais e encontrado produtos com amianto (telhas e caixas da água de fibrocimento) nos 3 estabelecimentos, no qual foram emitidos termos de interdição e recolhimento totalizando 100%. Em 2015 foram fiscalizados 40 locais de venda de materiais de construção e em 8 locais havia comercialização de telhas contendo amianto, ou seja 20%. Neste mesmo ano (2015) foram foi feito um alerta a população na rádio educativa dos riscos do uso de produtos com esta fibra. Em abril de 2018 foram fiscalizados 16 (dezesseis) estabelecimentos e não foi encontrado produto com amianto em nenhum local (0%).
Conclusões: O diagnóstico mostrou que a ação de política pública prioritária por meio do projeto o Programa Estadual “VIGILÂNCIA À SAÚDE DOS TRABALHADORES EXPOSTOS AO AMIANTO”- VISAT-AMIANTO tem sido primordial para dar suporte as ações do CEREST de Piracicaba. Percebeu-se que as ações de fiscalização minimizaram a exposição a saúde dos trabalhadores e da população. As ações do CEREST de Piracicaba foram surtindo efeito, uma vez que ao longo dos anos diminuíram drasticamente os locais que comercializam produtos com amianto sendo que neste no ano de 2018 não foi encontrado telha com as fibras em nenhum estabelecimento. Embora em Piracicaba a ação do CEREST tenha mostrado êxito, não se pode comemorar, pois é necessário expandir as ações nas cidades de abrangência e ainda há muita luta pelo banimento do amianto no Brasil.
Bibliografia: LEI Nº 12.684, DE 26 DE JULHO DE 2007
Autora:
Nancy Yasuda
Resumo Português: Introdução: A fiscalização do comércio de produtos com amianto em Diadema iniciou em 2012 e 100% do comércio de material de construção, jardinagem, madeireiras e empresas de demolição foi vistoriado. Observa-se, ao longo dos anos, que a proibição de venda tem sido respeitada. Em 2018 o trabalho foi levar informação sobre os riscos da exposição ao amianto à população, considerando as possíveis intervenções em construções que utilizaram produtos com amianto e o descarte dos mesmos.
Objetivo: Fortalecer o envolvimento da população na prevenção de agravos à saúde relacionados ao amianto
Método: Orientar os profissionais de saúde, em especial os Agentes comunitários de saúde, e disponibilizar material educativo para abordagem, inclusive nas residências;
Fiscalizar e orientar os comércios situados nas áreas de maior vulnerabilidade social;
Orientar os vereadores, os Conselheiros Municipais de Saúde e os integrantes da Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora/CISTT;
Produzir e divulgar material nas redes sociais e site oficial da Prefeitura;
Participar do “Mãos à Obra”, atividade mensal que envolve as secretarias municipais em ações educativas e oferta de serviço à população nos bairros.
Resultados: 342 profissionais de saúde orientados, 15 estabelecimentos fiscalizados e orientados para esclarecimento da população que busca material com amianto; 21 Vereadores, 14 Conselheiros Municipais de Saúde e integrantes da CISTT esclarecidos; Reportagem no site oficial e posts na rede social da Prefeitura produzidos e exibidos e participação em duas edições do evento “Mãos à Obra”
Conclusões: Atividades desenvolvidas simultaneamente em várias cidades proporcionaram maior visibilidade. Ficou claro o desconhecimento da população sobre os malefícios do amianto, por isso a divulgação continuará. Questionamentos sobre o descarte adequado dos resíduos surgiram, o que deve provocar alguma movimentação na atual Política Municipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
Bibliografia: Lei Estadual 12684/2007
Resumo: O Mesotelioma Maligno (MM) ou Mesotelioma é um tumor agressivo originário nas membranas serosas, que alinham as cavidades torácica e abdominal, sendo a grande maioria (81%) ocasionados na pleura (Mesotelioma Pleural Maligno-MPM). A ocorrência de MM é tipicamente relacionada à exposição a fibras minerais, como amianto. O amianto tem alto potencial carcinogênico e sua relação com patologias do aparelho respiratório vem sendo descrita por estudos desde a década de 70. O Brasil é o terceiro maior exportador de amianto do mundo, evidenciando a necessidade de conhecimento dos impactos gerados na saúde humana. A incidência esperada do mesotelioma para a população mundial é de um a dois casos por milhão de habitantes ao ano, com variações regionais. No Brasil, o Supremo Tribunal Federal manteve em 2017 a lei federal que permite a produção e uso do amianto no Brasil, entretanto considerou legal a Lei no12.684/07 do estado de São Paulo que o proíbe. O MPM possui sintomas inespecíficos e também início insidioso, explicando a dificuldade no diagnóstico preciso.
Objetivos: Levantar, analisar e descrever dados disponibilizados nos sistemas de informações do Brasil sobre mortalidade por Mesotelioma no Brasil e estado de São Paulo período 2000 a 2015.
Metodologia: Realizado levantamento bibliográfico nas bases SCIELO, Pubmed e Google Acadêmico; levantamento de informações nos sites de instituições brasileiras relacionadas saúde do trabalhador e no DATASUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde), considerando mortalidade por Mesotelioma (C45), em todas as faixas etárias. RESULTADOS: Levantados 20 estudos recentes. Não são disponibilizados no DATASUS dados referentes mortalidade por C45.0, C45.1 E C45.2 separadamente. Dados epidemiológicos de Câncer Ocupacional não são disponibilizados no site INCA, na Fundação Oncocentro de São Paulo(FOSP), nem na Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST). Brasil apresentou um total de 1247 casos de Mesotelioma, sendo 544 casos (43,62%) somente no estado de São Paulo nos anos avaliados. Dados são apresentados em gráficos. Conclui-se diante análise de dados pela provável existência de subnotificação dos casos de MPM decorrentes da exposição ocupacional além da urgente necessidade de implantar e divulgar registros mais específicos no que tange essa neoplasia.
Bibliografia: 1. TERRA, Ricardo Mingarini et al .Mesotelioma pleural maligno: experiência multidisciplinar em hospital público terciário. J. bras. pneumol., São Paulo , v. 34, n. 1, p. 13-20, jan. 2008 . Disponível em
2. Corson JM. Pathology of mesothelioma. ToracSurgClin. 2004;(14):447-60
3. Roggli VL, Gibbs AR, Attanoos R, et al. Pathology of asbestosis. An update of the diagnostic criteria. Arch Pathol Lab Med. 2010;(134):462-80
4. HADDAD, Carolina Kawamura. Update: [s.l.]: Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes, 2004. 70 slides, color. Disponível em:
5. Diretrizes para a vigilância do câncer relacionado ao trabalho / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva, Coordenação Geral de Ações Estratégicas, Coordenação de Prevenção e Vigilância, Área de Vigilância do Câncer relacionado ao Trabalho e ao Ambiente ; organizadora Fátima Sueli Neto Ribeiro. – Rio de Janeiro : Inca, 2012.
6. Ceresoli GL, Betta GP, Castagneto B, Facciolo F, Arcangeli G, Zucali PA, et al. Malignant pleural mesothelioma. Ann Oncol. 2006;17 Suppl 2:ii13-6.
7. Datasus, Brasil (2017). [online]. http://www.datasus.gov.br [capturado em 27 setembro 2017].
8. SÃO PAULO. Marcos Martins. Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. LEI N° 12.684, DE 26/07/2007: Proíbe o uso, no Estado de São Paulo de produtos, materiais ou artefatos que contenham quaisquer tipos de amianto ou asbesto ou outros minerais que, acidentalmente, tenham fibras de amianto na sua composição. 2007. Disponível em:
9. KOLLER, Francisco José et al. MONITORAMENTO DO MESOTELIOMA NO SUL DO BRASIL: UMA REALIDADE AINDA A SER ESTUDADA. Cogitare Enfermagem, [s.l.], v. 22, n. 1, p.01-06, 27 jan. 2017. Universidade Federal do Paraná. http://dx.doi.org/10.5380/ce.v22i1.
10. NEUMANN, Volker. Malignant pleural mesothelioma incidence, etiology, diagnosis, treatment and occupational health. Deutsches Aerzteblatt Online, [s.l.], p.319-326, 3 maio 2013. Deutscher Aerzte-Verlag. http://dx.doi.org/10.3238/arztebl.
11. OPTIZ, Isabelle. Management of malignant pleural mesothelioma—The European experience. Journal Of Thoracic Disease. Zurich, Switzerland, p. 238-252. 06 maio 2014.
12. Echegoyen Carmona Rufino, Rivera Rosales Rosa María. Asbestosis y mesotelioma pleural maligno. Rev. Fac. Med. (Méx.) [revista en la Internet]. 2013 Abr [citado 2017 Sep 30] ; 56( 2 ): 5-17. Disponible en: http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0026-17422013000600002&lng=es
13. NABAVI, Noushin. Switching off malignant mesothelioma: exploiting the hypoxic microenvironment. Genes & Cancer, [s.l.], p.340-354, 1 jan.
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14. Armas Moredo Karina, García Rodríguez Miguel Emilio, Acosta Prieto Sahily, Armas PérezBárbaroAgustín. Mesotelioma pleural maligno en ocho pacientes y revisión del tema. Rev Cubana Cir [Internet]. 2016 Dic [citado 2017 Sep 30] ; 55( 4 ): 340-347. Disponible en: http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-74932016000400009&lng=es.
15. TERRA FILHO, Mário; FREITAS, Jefferson Benedito Pires de; NERY, Luiz Eduardo. Doenças asbesto-relacionadas. J. bras. pneumol., São Paulo , v. 32, supl. 2, p. S48-S53, May 2006 . Availablefrom
.
16. Chapman A, Mulrennan S, Ladd B, et al .Populationbasedepidemiologyandprognosisofmesothelioma in Leeds, UK. Thorax 2008;63:435-43
Autores:
Nathália C. Campanellaa, Eduardo Caetano Silvab, Gustavo Dixc, Fabiana de Lima Vazqueza, Flávia Escremim de Paulad, Gustavo N. Berardinellid, Thais Talaricoa, Marcelo Balancine, Vera Luiza Capelozzif, Roger Chammasg, Rossana V. Mendoza Lopezg, Henrique César S. Silveiraa, Rui M. Reisa,h,i.
a Molecular Oncology Research Center, Barretos Cancer Hospital, Barretos, São Paulo, Brazil.
b Department of Pathology, Barretos Cancer Hospital, Barretos, São Paulo, Brazil.
c Department of Surgery, Barretos Cancer Hospital, Barretos, São Paulo, Brazil.
d Molecular Diagnostic Laboratory, Barretos Cancer Hospital, São Paulo Barretos, Brazil.
e Diagnóstika- Surgical Pathology and Cytology, São Paulo, Brazil.
f FMUSP- Medical Faculty, São Paulo University, São Paulo, Brazil.
g Center for Translational Research in Oncology, Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, São Paulo, Brazil.
h Life and Health Sciences Research Institute (ICVS), Health Sciences School, University of Minho, Braga.
i ICVS/3B’s-PT Government Associate Laboratory, Braga/Guimarães, Portugal.
Background: Malignant mesothelioma (MM) is a rare and highly aggressive malignancy arising in the pleural cavities. Recently, genome wide somatic mutations of MM were profiled using next-generation sequencing (NGS) methods, however, a useful predictive biomarker for therapy is yet to be found.
Aim: To investigate the mutation profile of therapy-driver genes (AKT1, GNA11, NRAS, BRAF, GNAQ, PDGFRA, EGFR, KIT, PIK3CA, ERBB2, KRAS, RET, FOXL2, MET and TP53) by TruSight Tumor 15 assay, a NGS approach, and promoter hotspot region of TERT gene in a series of 77 Brazilian MMs. In addition, we intend to assess its clinic-pathological impact.
Material and methods: Genomic DNA was isolated from FFPE tissues using QIAamp DNA MicroKit. The TERT promoter region was amplified by PCR using specific primers, followed by direct capillary sequencing. The TruSight Tumor 15 assay (Illumina) was sequenced in a Miseq (Illumina) and the analysis were performed with MiSeq Reporter by Sophia Genetics. Results: Due to DNA quality issues, conclusive results for TERT promoter mutations were obtained in 46/77 (59,6%) of cases. TERT promoter mutations were observed in 13% (6/46) of cases: three cases harboring the C228T mutation and three the C250T. The TruSight Tumor 15 panel identified 16 alterations in 14 cases of a total of 24 patients analysed so far (58.3%). The top altered gene was TP53 (7/16 alterations) followed by ERBB2 (2/16), BRAF (1/16), KIT (1/16), AKT1 (1/16), PDGFRA (1/16), NRAS (1/16) and FOXL2 (1/16). The mutation profile will be associated with patient’s features.
Conclusion: TP53 and TERT promoter mutation are major genes in Brazilian MM cases.
Autores:
Leila Maria Mansano SarquisI; Marco Aurélio KalinkeII; Dario ConsonniIII;Carolina MensiIII; Luciana PuchalskiKalinkeI; Maria de Fátima MantovaniI; NenNalu Alves das MercesI; Fernanda Moura D’Almeida MirandaIV; Margaret Matos de CarvalhoV; Larissa MarcondesVI; Tatiana Lage Ferreira HalfeldVI; Christiane BreyVI e Shirley BollerVI
Objetivo: Apresentar o fluxo de atendimento aos trabalhadores expostos ao amianto (TEA) em Curitiba e Região Metropolitana.
Resultados: Este fluxo foi estabelecido por meio de reuniões do Observatório do Amianto. Este observatório foi criado em 11 de maio de 2016, por meio de um acordo de cooperação técnica interinstitucional entre as seguintes entidades: Secretaria Estadual de Saúde do Paraná, Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, Ministério do Trabalho e Previdência Social, Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Paraná, Universidade Federal do Paraná, Hospital Erasto Gaetner, Ministério Público do Trabalho do Paraná e Associação Paranaense de Expostos ao Amianto (APREA). Para sensibilizar a população exposta foram criadas campanhas de mídia e encaminhadas cartas registradas aos trabalhadores das três empresas fibrocimento da região. Os TEA deveriam procurar a APREA para as orientações quanto ao fluxo e agendamento de consulta na Unidade Básica de Saúde (UBS) próxima de sua residência para que fossem encaminhados de acordo com o seguinte fluxo: os TEA assintomáticos seriam encaminhados a Unidade Saúde do Trabalhador/ Hospital do Trabalhador e os TEA sintomáticos ao Ambulatório de Pneumologia/ Amianto do Hospital de Clínicas e Hospital Erasto Gaetner. Em novembro de 2017 iniciou-se os encaminhamentos destes trabalhadores via UBS aos serviços especializados.
Conclusão: Neste período de 6 meses foram atendidos 20 trabalhadores, a maioria assintomáticos. Este fluxo, na última reunião do observatório foi alterado estes deverão ser encaminhados a Unidade Saúde do Trabalhador/ Hospital do Trabalhador para que sejam atendidos de uma maneira mais acolhedora e caso apresentem sintomas serão encaminhados aos serviços de referência já mencionados. Ainda, faz-se necessário criar uma estratégia para a realização de visitas domiciliares a estes trabalhadores com intuito de sensibilizá-los da importância do acompanhamento para identificação precoce do adoecimento.
Referência: Observatório do Amianto. Disponível em:
Autores:
Larissa MarcondesI; Tatiana Lage Ferreira HalfeldI; Christiane BreyI; Shirley BollerI; Dario ConsonniII; Carolina MensiII; Marco Aurélio KalinkeIII; Fernanda Moura D’Almeida MirandaIV; Cyntia Asturian LaporteV; Margaret Matos de CarvalhoVI; Maria de Fátima MantovaniVII; Nen Nalu Alves das MercesVII; Leila Maria Mansano SarquisVII; Luciana Puchalski KalinkeVII.
Afiliações:
I Universidade Federal do Paraná. Discentes do Programa de Pós-graduação. Curitiba, PR, Brasil.
II Fondazione IRCCS Ca’ Granda Ospedale Maggiore Policlinico, Unidade de Epidemiologia, Milão, Itália.
III Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Docente. Curitiba, PR, Brasil.
IV Hospital do Trabalhador. Curitiba, PR, Brasil.
V Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde. Curitiba, PR, Brasil.
VI Ministério Público do Trabalho.
VII Universidade Federal do Paraná. Docentes. Curitiba, PR, Brasil.
Título: Perfil sociodemográfico e clínico dos casos de Mesotelioma Maligno e Câncer de Pleura do Registro de Câncer de Base Populacional de Curitiba
Objetivo: Descrever o perfil sociodemográfico e clínico encontrado no Registro de Câncer de Base Populacional e em prontuários de pacientes com câncer potencialmente relacionado ao amianto.
Método: descritivo e retrospectivo, realizado no registro de câncer de base populacional e 11 fontes notificadoras da cidade de Curitiba, Paraná. A amostra foi de 92 prontuários de pacientes adultos com câncer de topografia C38 e C48, notificados entre 1998 a 2012.
Resultados: Entre as topografias estudadas 40,3% eram câncer de peritônio e retroperitônio, 24,5% de mediastino, 23,7% linfomas e 11,5% de pleura e mesotelioma maligno. Após o estudo dos prontuários verificou-se que os cânceres de peritônio, retroperitônio, mediastino e linfomas não tinham potencial relação com a exposição ao amianto. A média de idade dos pacientes com câncer de pleura e mesotelioma maligno (n=10) foi de 66,3 anos, sete (70%) eram do sexo masculino, cinco (50%) casados, cinco (50%) não terminaram o ensino médio e 3 (30%) não tinha este registro, nove (90%) não possuíam registro sobre ocupação no prontuário, com registro de exposição ao amianto apenas um paciente foi apontado, está sendo de forma ocupacional, entre o tratamento de escolha a quimioterapia estava presente em 6 (60%) dos casos, 40% de forma multimodal e 20% isolada e o tempo médio entre a data do diagnóstico e o óbito foi de 11,6 meses.
Conclusão: Um número baixo de mesotelioma e câncer de pleura foram apontados neste estudo, contudo sabe-se que a incidência atual de MM é baixa nacionalmente quando comparada a países como a Itália, onde o amianto é utilizado há muito tempo. Destaca-se assim a importância desta pesquisa para Curitiba e região metropolitana pelo fato de que nestas cidades há indústrias de fibrocimento em que utilizam o amianto como matéria-prima, sendo necessário um monitoramento adequado e de qualidade dos trabalhadores visando identificar os possíveis agravos oncológicos, bem como o estabelecimento do nexo causal.
Bibliografia: ALGRANTI, E. et al. The next mesothelioma wave: mortality trends and forecast to 2030 in Brazil. Cancer Epidemiology, [on-line], v.39, n.5, p. 1-6, 2015. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S187778211500171X. Acesso em: 25 abr. 2018.
KOLLER, F.J. et al. Monitoramento do mesotelioma no sul do Brasil: uma realidade ainda a ser estudada. Cogitare Enferm., Curitiba, v.22, n.1, p.1-6, 2017. Disponível em: http://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/49192/pdf. Acesso em: 25 abr. 2018.
Autores:
Larissa MarcondesI; Tatiana Lage Ferreira HalfeldI; Christiane BreyI; Shirley BollerI; Dario ConsonniII; Carolina MensiII; Marco Aurélio KalinkeIII; Fernanda Moura D’Almeida MirandaIV; Cyntia Asturian LaporteV; Margaret Matos de CarvalhoVI; Maria de Fátima MantovaniVII; Nen Nalu Alves das MercesVII; Leila Maria Mansano SarquisVII; Luciana Puchalski KalinkeVII.
Afiliações:
I Universidade Federal do Paraná. Discentes do Programa de Pós-graduação. Curitiba, PR, Brasil.
II Fondazione IRCCS Ca’ Granda Ospedale Maggiore Policlinico, Unidade de Epidemiologia, Milão, Itália.
III Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Docente. Curitiba, PR, Brasil.
IV Hospital do Trabalhador. Curitiba, PR, Brasil.
V Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde. Curitiba, PR, Brasil.
VI Ministério Público do Trabalho.
VII Universidade Federal do Paraná. Docentes. Curitiba, PR, Brasil.
Objetivo: Descrever o perfil sociodemográfico e clínico encontrado no Registro de Câncer de Base Populacional e em prontuários de pacientes com câncer potencialmente relacionado ao amianto.
Método: descritivo e retrospectivo, realizado no registro de câncer de base populacional e 11 fontes notificadoras da cidade de Curitiba, Paraná. A amostra foi de 92 prontuários de pacientes adultos com câncer de topografia C38 e C48, notificados entre 1998 a 2012.
Resultados: Entre as topografias estudadas 40,3% eram câncer de peritônio e retroperitônio, 24,5% de mediastino, 23,7% linfomas e 11,5% de pleura e mesotelioma maligno. Após o estudo dos prontuários verificou-se que os cânceres de peritônio, retroperitônio, mediastino e linfomas não tinham potencial relação com a exposição ao amianto. A média de idade dos pacientes com câncer de pleura e mesotelioma maligno (n=10) foi de 66,3 anos, sete (70%) eram do sexo masculino, cinco (50%) casados, cinco (50%) não terminaram o ensino médio e 3 (30%) não tinha este registro, nove (90%) não possuíam registro sobre ocupação no prontuário, com registro de exposição ao amianto apenas um paciente foi apontado, está sendo de forma ocupacional, entre o tratamento de escolha a quimioterapia estava presente em 6 (60%) dos casos, 40% de forma multimodal e 20% isolada e o tempo médio entre a data do diagnóstico e o óbito foi de 11,6 meses.
Conclusão: Um número baixo de mesotelioma e câncer de pleura foram apontados neste estudo, contudo sabe-se que a incidência atual de MM é baixa nacionalmente quando comparada a países como a Itália, onde o amianto é utilizado há muito tempo. Destaca-se assim a importância desta pesquisa para Curitiba e região metropolitana pelo fato de que nestas cidades há indústrias de fibrocimento em que utilizam o amianto como matéria-prima, sendo necessário um monitoramento adequado e de qualidade dos trabalhadores visando identificar os possíveis agravos oncológicos, bem como o estabelecimento do nexo causal.
Referências:
ALGRANTI, E. et al. The next mesothelioma wave: mortality trends and forecast to 2030 in Brazil. Cancer Epidemiology, [on-line], v.39, n.5, p. 1-6, 2015. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S187778211500171X. Acesso em: 25 abr. 2018.
KOLLER, F.J. et al. Monitoramento do mesotelioma no sul do Brasil: uma realidade ainda a ser estudada. Cogitare Enferm., Curitiba, v.22, n.1, p.1-6, 2017. Disponível em: http://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/49192/pdf. Acesso em: 25 abr. 2018.
Autores
Tatiana Lage Ferreira Halfeld I ; Larissa Marcondes I ; Christiane Brey I ; Shirley Boller I; Dario Consonni
II ; Carolina Mensi II ; Marco Aurélio Kalinke III ; Fernanda Moura D’Almeida Miranda IV ; ;Dinarte Orlandi V ,
Luciana Puchalski Kalinke VI ; Leila Maria Mansano Sarquis VI;
I Universidade Federal do Paraná. Discentes do Programa de Pós-graduação. Curitiba, PR, Brasil.
II Fondazione IRCCS Ca’ Granda Ospedale Maggiore Policlinico, Unidade de Epidemiologia, Milão, Itália.
III Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Docente. Curitiba, PR, Brasil.
IV Hospital do Trabalhador. Curitiba, PR, Brasil.
V Hospital Erasto Gaertner. Curitiba, PR, Brasil.
VII Universidade Federal do Paraná. Docentes. Curitiba, PR, Brasil.
Objetivos: Caracterizar o perfil sociodemográfico, ocupacional e clínico dos prontuários com registro de Mesotelioma Maligno em um centro oncológico de Curitiba entre 1995 a 2015.
Método: Estudo descritivo retrospectivo, baseado nas informações registradas em 142 prontuários físicos e eletrônicos de pacientes com câncer atendidos entre 1995 e 2015 e identificados pelo Registro Hospitalar de Câncer da instituição com os códigos topográficos C38 e C48. A coleta de dados ocorreu entre agosto de 2016 a julho de 2017, utilizou-se um instrumento denominado Dados Sociodemográficos, Clínicos e Ocupacionais (DSCO) elaborado para a pesquisa. Foram respeitados os aspectos éticos relacionados a pesquisa com seres humanos. A análise dos dados deu-se conforme estatística relativa e absoluta. Resultados: Foram identificados 16 casos de mesotelioma maligno, com 11 casos pleurais e cinco casos peritoneais. Foi observada maior prevalência em homens brancos, casados, com mais de 50 anos de idade, procedentes de Curitiba e com segundo grau de escolaridade. As ocupações relatadas na admissão foram variadas, com exposição ocupacional ao amianto de apenas um paciente. Não foi possível estabelecer o perfil ocupacional devido à ausência de informações complementares nos registros. Os principais sintomas relatados na busca por atendimento foram emagrecimento, dispneia e dor. Em 68,8% dos casos o tumor apresentava estádio IV, o que denota busca tardia por assistência. O tratamento utilizado foi paliativo multimodal, sendo a quimioterapia o tratamento de eleição em 68,8%.
Conclusão: A incompletude de registros relativos às variáveis ocupação, histórico laboral e exposição ao amianto não permitiram a definição do nexo-causal da doença para 84% dos casos. O estudo aponta para a necessidade de abordagens e registros mais completos no momento da anamnese.
Referencia: Halfeld, Tatiana Lage Ferreira. Estudo retrospectivo dos registros de mesotelioma maligno no período de 1995 a 2015. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2017. 122 f. Disponível em:
Bibliografia: ALGRANTI, E. et al. The next mesothelioma wave: mortality trends and forecast to 2030 in Brazil. Cancer Epidemiology, [on-line], v.39, n.5, p. 1-6, 2015. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S187778211500171X. Acesso em: 25 abr. 2018.
KOLLER, F.J. et al. Monitoramento do mesotelioma no sul do Brasil: uma realidade ainda a ser estudada. Cogitare Enferm., Curitiba, v.22, n.1, p.1-6, 2017. Disponível em: http://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/49192/pdf. Acesso em: 25 abr. 2018.
Autores:
Larissa MarcondesI; Tatiana Lage Ferreira HalfeldI; Christiane BreyI; Shirley BollerI; Dario ConsonniII; Carolina MensiII; Marco Aurélio KalinkeIII; Fernanda Moura D’Almeida MirandaIV; Cyntia Asturian LaporteV; Margaret Matos de CarvalhoVI; Maria de Fátima MantovaniVII; Nen Nalu Alves das MercesVII; Leila Maria Mansano SarquisVII; Luciana Puchalski KalinkeVII.
Afiliações:
I Universidade Federal do Paraná. Discentes do Programa de Pós-graduação. Curitiba, PR, Brasil.
II Fondazione IRCCS Ca’ Granda Ospedale Maggiore Policlinico, Unidade de Epidemiologia, Milão, Itália.
III Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Docente. Curitiba, PR, Brasil.
IV Hospital do Trabalhador. Curitiba, PR, Brasil.
V Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde. Curitiba, PR, Brasil.
VI Ministério Público do Trabalho.
VII Universidade Federal do Paraná. Docentes. Curitiba, PR, Brasil.
Objetivo: Descrever o perfil sociodemográfico e clínico encontrado no Registro de Câncer de Base Populacional e em prontuários de pacientes com câncer potencialmente relacionado ao amianto.
Método: descritivo e retrospectivo, realizado no registro de câncer de base populacional e 11 fontes notificadoras da cidade de Curitiba, Paraná. A amostra foi de 92 prontuários de pacientes adultos com câncer de topografia C38 e C48, notificados entre 1998 a 2012.
Resultados: Entre as topografias estudadas 40,3% eram câncer de peritônio e retroperitônio, 24,5% de mediastino, 23,7% linfomas e 11,5% de pleura e mesotelioma maligno. Após o estudo dos prontuários verificou-se que os cânceres de peritônio, retroperitônio, mediastino e linfomas não tinham potencial relação com a exposição ao amianto. A média de idade dos pacientes com câncer de pleura e mesotelioma maligno (n=10) foi de 66,3 anos, sete (70%) eram do sexo masculino, cinco (50%) casados, cinco (50%) não terminaram o ensino médio e 3 (30%) não tinha este registro, nove (90%) não possuíam registro sobre ocupação no prontuário, com registro de exposição ao amianto apenas um paciente foi apontado, está sendo de forma ocupacional, entre o tratamento de escolha a quimioterapia estava presente em 6 (60%) dos casos, 40% de forma multimodal e 20% isolada e o tempo médio entre a data do diagnóstico e o óbito foi de 11,6 meses.
Conclusão: Um número baixo de mesotelioma e câncer de pleura foram apontados neste estudo, contudo sabe-se que a incidência atual de MM é baixa nacionalmente quando comparada a países como a Itália, onde o amianto é utilizado há muito tempo. Destaca-se assim a importância desta pesquisa para Curitiba e região metropolitana pelo fato de que nestas cidades há indústrias de fibrocimento em que utilizam o amianto como matéria-prima, sendo necessário um monitoramento adequado e de qualidade dos trabalhadores visando identificar os possíveis agravos oncológicos, bem como o estabelecimento do nexo causal.
Referências
ALGRANTI, E. et al. The next mesothelioma wave: mortality trends and forecast to 2030 in Brazil. Cancer Epidemiology, [on-line], v.39, n.5, p. 1-6, 2015. Disponível em: <http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S187778211500171X>. Acesso em: 23 abr. 2018.
KOLLER, F.J. et al. Monitoramento do mesotelioma no sul do Brasil: uma realidade ainda a ser estudada. Cogitare Enferm., Curitiba, v.22, n.1, p.1-6, 2017. Disponível em: <http://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/49192/pdf>. Acesso em: 23 abr.2018.
Autores:
Fernanda Zanotti
Márcia Elizabéte Schuler
Introdução:
O amianto é uma fibra de origem mineral utilizado na indústria de produtos para construção civil e automobilística, entre outras. É considerado uma substância de comprovado potencial cancerígeno. Na ementa da disciplina de Higiene do Trabalho II, do curso Técnico em Segurança do Trabalho, consta o ensino sobre Agentes Químicos, abrangendo os anexos 11, 12 e 13 da NR 15 – Atividades e Operações Insalubres. Dentre os anexos, destaca-se o anexo 12 que dispõe sobre limites de tolerância para poeiras minerais, no qual estão descritos procedimentos relacionados ao uso do amianto. Como prática pedagógica para a temática, a proposta de ensino busca promover a pesquisa e instigar a autonomia dos estudantes possibilitando à comunidade acadêmica conhecer sobre os perigos da exposição ao amianto.
Objetivo: Promover na comunidade escolar, do Instituto Federal Catarinense – Campus Videira a conscientização sobre os riscos da exposição ao amianto por meio de maquetes, elaboradas e construídas pelos estudantes do curso Técnico em Segurança do Trabalho.
Método: A turma foi organizada em grupos com a atribuição de criar e construir uma maquete abordando os seguintes temas: “O que é o amianto” “Uso industrial da substância”, “Prevenção à exposição” e “Banimento do amianto”. A turma teve orientações sobre o agente químico, bem como foram disponibilizados artigos relacionados para leitura e embasamento teórico.
Resultados: A equipes apresentaram as maquetes em sala de aula e posteriormente foram expostas nos espaços de convivência do IFC Videira. Conclusões: A prática iniciou em 2015 e tem trazido resultados positivos. É desenvolvida anualmente com as turmas do curso. Por conta da grande circulação de estudantes e público externo nos espaços selecionados para a exposição, tem alcançado um público diverso e vasto. A exposição tem duração de 30 dias e além disso, os trabalhos são expostos na Feira de Iniciação Científica e mostra de cursos promovida pelo campus, com abrangência regional.
Bibliografia:
BRASIL. Ministério do Trabalho. Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho. Disponível em:
CASTRO, Hermano; GIANNASI, Fernanda; NOVELLO, Cyro. A luta pelo banimento do amianto nas Américas: uma questão de saúde pública. Ciênc. saúde coletiva, São Paulo, v. 8, n. 4, p. 903-911, 2003. Disponível em:
Autor:
CEREST São João da Boa Vista
Resumo:
No ano de 2010, o Cerest de São João da Boa Vista foi acionado pelo Ministério Público do Trabalho para tomar conhecimento do Inquérito Civil referente a antiga mina de amianto tipo antofilita e da usina de beneficiamento do minério, que funcionou de 1.956 a 1.996, no município de Itapira, única mina do estado de São Paulo.
Na ocasião foi estabelecido nos autos e no termo de reunião o seguimento de saúde dos ex-trabalhadores e ex-moradores do entorno da mina pelas equipe de saúde envolvidas, sendo elas: CEREST Regional, GVE XXVI (Grupo de Vigilância Epidemiológica), GVS XXVI (Grupo de Vigilância Sanitária) e Vigilância Sanitária e Epidemiológica do município de Itapira. O município em questão faz parte da área de abrangência do Cerest de São João da Boa Vista, pertencente ao DRS -14 (Departamento Regional de Saúde).
Todos os tipos de asbesto associam-se a asbestose e ao carcinoma broncogênico, porém os casos de mesotelioma associam-se predominantemente a exposição aos anfibólios.
As fibras dos anfibólios são retas e, dependendo do seu diâmetro médio, depositam-se perifericamente e são extremamente duráveis no tecido pulmonar (MENDES,1995).
Objetivo Geral: Acompanhar as ações da vigilância dos expostos realizada pelas equipes de Vigilância sanitária e epidemiológica do município em questão
Objetivos Específicos: Acompanhar o seguimento de saúde dos ex-trabalhadores da mina e dos ex-moradores do bairro do entorno; Análise de toda a documentação entregue ao Cerest, para configuração dos dados; Oferecer suporte técnico-científico às equipes de vigilância sanitária e epidemiológica do município de Itapira; Acompanhar a realização da busca ativa dos casos e obter a atual situação de saúde deles e de seus familiares; Garantir a notificação das doenças ocupacionais diagnosticadas no SINAN – Sistema Nacional de Agravos de Notifiicação
Metodologia:
Foi realizada análise documental dos relatórios entregues ao CEREST a fim de ser estabelecida a análise de situação de saúde. Tivemos como base de dados o relatório entregue pelo proprietário da antiga mina (2.010) onde constava o cadastro dos ex-trabalhadores, o relatório entregue pelo Serviço de Pneumologia da UNICAMP (2007 e 2016) que acompanha os casos dos ex-trabalhadores e dos ex-moradores, apresentando como documento uma planilha geral e o sumário da situação das avaliações de saúde, e o relatório emitido pela Coordenadoria de Vigilância de Itapira (2000 e 2017) referente ao cadastramento dos moradores e ex-moradores.
Foi feito um comparativo com as três fontes de informação para definição atualizada da situação de saúde.
Resultado:
Do total de 47 ex-trabalhadores:
O acompanhamento de saúde dos ex-moradores está relacionado à proximidade da antiga mina de amianto desativada em 1996. Em julho de 1999, a Coordenadoria Vigilância Sanitária e Epidemiológica Municipal de Itapira, emitiu relatório referente ao cadastramento das famílias que residiram no local em 22/07/1999, constando um total de 54 moradores cadastrados.
Neste relatório consta que, foi estabelecido critério epidemiológico para seleção dos ex-moradores que foram submetidos aos exames radiológicos e espirometrias, excluindo crianças menores de 10 (dez) anos, em virtude da manifestação da exposição ao mineral ser após 10 (dez) anos ou mais anos, e pessoas que passaram a residir no local após o ano de 1996, quando a mina foi desativada, sendo selecionado pessoas com no mínimo 03 (três) anos de residência no bairro.
Através deste critério epidemiológico, foram selecionadas vinte e cinco pessoas (moradores e ex-moradores), sendo que destas, duas se negaram em realizar os exames. Em janeiro de 2000, foi constatado que cinco pessoas apresentaram imagens que necessitavam de exames complementares mais especializados para análise (Tomografia Computadorizada). As tomografias computadorizadas foram realizadas em 03/02/2000, e verificado que ninguém apresentou quadro sugestivo de comprometimento pulmonar por asbesto.
Na Considerando que no grupo de moradores e ex-moradores com o total de 54 pessoas expostas ao amianto, quatro (04) pessoas faleceram e quatro (04) não foram localizadas, fica concluído que 46 pessoas estão registradas, que tecnicamente devem manter o acompanhamento especializado a cada 03 anos, ou sempre que houver queixa respiratória.
Conclusões:
Contudo, quanto aos ex-trabalhadores, mediante todo o conteúdo documental analisado, existem pendências a serem sanadas pelo município de Itapira, sendo elas:
Em dezembro de 2017 foi organizada pelo CEREST, vigilância sanitária e epidemiológica uma capacitação, para médicos e enfermeiros da rede básica de saúde, com a finalidade de orientação para o seguimento de saúde dos expostos.
Por esta razão entende-se que é fundamental que as populações que tiveram exposições ocupacionais e/ou ambientais sejam reconhecidas, localizadas e orientadas quanto aos riscos de adoecimento, bem como lhes seja oferecida a oportunidade de avaliação da saúde e seguimento da mesma.
Bibliografia:
MENDES, R.et al. Patologia do Trabalho. Atheneu: Rio de Janeiro,1995, p.119.
Autores:
Leila Maria MansanoSarquisI; Marco Aurélio KalinkeII; Dario ConsonniIII;Carolina MensiIII; Luciana PuchalskiKalinkeI; Maria de Fátima MantovaniI; NenNalu Alves das MercesI; Fernanda Moura D’Almeida MirandaIV; Margaret Matos de CarvalhoV; Larissa MarcondesVI; Tatiana Lage Ferreira HalfeldVI; Christiane BreyVI e Shirley BollerVI
Afiliações:
I Universidade Federal do Paraná. Docentes. Curitiba, PR, Brasil.
IIUniversidade Tecnológica Federal do Paraná. Docente. Curitiba, PR, Brasil.
IIIFondazione IRCCS Ca’ Granda Ospedale Maggiore Policlinico, Unidade de Epidemiologia, Milão, Itália.
IVHospital do Trabalhador. Secretaria Estadual de Saúde do Paraná, Curitiba, PR, Brasil.
VMinistério Público do Trabalho.
VIUniversidade Federal do Paraná. Discentes do Programa de Pós-graduação. Curitiba, PR, Brasil.
Introdução: Uma das preocupações relacionadas à Saúde dos trabalhadores no Brasil e no mundo são as doenças derivadas da exposição ocupacional ao amianto. O Ministério da Saúde através de suas áreas gerenciais específicas, neste caso a área da Saúde do Trabalhador tem por finalidade compreender a relação entre o trabalho e o processo saúde/doença nos trabalhadores e propor ações para a minimização dos agravos(1). Para o Brasil, até 2030 estão estimadas cerca de 1.911 mortes por Mesotelioma, sendo o pico entre 2021 e 2026; para os casos de neoplasia maligna de pleura (tumores primários sem confirmação histológica), são estimadas 2.406 mortes, ambas totalizam uma estimativa de 4.301 mortes(2).
Objetivo: sistematizar mecanismos de levantamento, registro e controle dos casos de Mesotelioma para auxiliar na definição de políticas públicas voltadas à proteção do trabalhador e da comunidade com a tradução do código fonte do software do Registro Nacional de Mesotelioma (ReNaM) da Itália para o Ministério da Saúde, uma vez que não existia no Brasil tal recurso tecnológico.
Método: Pesquisa Metodológica com a tradução do código fontedo softwaree do livro de Orientações para o registro dos dados.
Resultados: Foi realizada a tradução do software e do código fonte e do livro intitulado “Linee Guida”: “Orientações para a detecção e a definição dos casos de mesotelioma maligno e a transmissão das informações ao ISPESL pelos Centros Operacionais e Regionais”. Este livro possui informações necessárias que abastecerão o software. Tais informações são necessárias para o levantamento das corretas informações para detecção e registro dos casos de Mesotelioma. Para a validação deste registro, outra pesquisadora realizou a tradução e adaptação transcultural do questionário do ReNaM.
Conclusões: esta Tecnologia de Informação desenvolvida foi disponibilizada gratuitamente ao Ministério da Saúde e a toda instituição de saúde, comunidade interessada ou universidades que desejarem estudar o tema, bem como realizar o monitoramento de seus pacientes. Este recurso tecnológico contribui para avanços no conhecimento sobre os impactos do uso do amianto na população em geral, assim como aconteceu no caso italiano, posicionando o Brasil entre os países que se preocupam e monitoram a Saúde do Trabalhador.*
Bibliografia: (1) Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Coordenação Geral de Ações Estratégicas. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Estimativa 2012: incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva, Coordenação Geral de Ações Estratégicas, Coordenação de Prevenção e Vigilância. Rio de Janeiro: Inca, 2011.
(2) Algranti E, et al., The next mesothelioma wave: Mortality trends and forecast to 2030 in Brazil. Cancer Epidemiol 2015;39:687-692
*Agradecimento especial aos membros do RENAM-INAIL: Dr. Alessandro Marinaccio e Dr. Sergio Iavicoli, Roma Itália;